Com a maior cara de "eu adoraria não estar aqui" ela espera o ônibus. Sexta feira, "o dia", tédio, pressa... Como se já não bastassem todos esses fatores, o ônibus ainda atrasa. Esperar ônibus colabora com o péssimo humor de qualquer pessoa. Ela poderia matar dez piscando. Mas não quando ele está lá.
Ele é bem estranho, na verdade. Inocente e... curioso. Ele não fala com ninguém, parece estar sempre longe, não se parece nem um pouco com o resto daquelas pessoas. Tão alheio. O cabelo não vai pra cima, os olhos não são tão claros. É diferente, é o contrário, é a oposição em pessoa.
Ele é bem estranho, na verdade. Inocente e... curioso. Ele não fala com ninguém, parece estar sempre longe, não se parece nem um pouco com o resto daquelas pessoas. Tão alheio. O cabelo não vai pra cima, os olhos não são tão claros. É diferente, é o contrário, é a oposição em pessoa.
É cômico pensar que, assim, esperar pelo ônibus já não é tão cansativo. E quando o primeiro chega, ela espera pelo segundo - ele pode estar lá. O dia só é negro quando os dreads dourados não pousam sobre os olhos cansados da menina tédio. A vida é tão bonita. Ah, que belo clichê! Clichê-fato! Só não é mais verdadeiro quando se sabe o nome, o signo, o time, o curso... tudo. Menos a voz. Talvez seja melhor assim. Ótimo combustível praqueles sonhos.