Ela abaixa o volume da voz e adocica os olhos. Deixa o ambiente sereno antes de dizer que você não é pra mim. E diz assim, com um jeitinho de quem quer cuidar. De quem sente o tal do amor que se traduz em palavras. Com açúcar, com afeto.
Eu, de cabeça baixa, finjo que não estou contrariada. Digo que faz sentido. E o que não faz sentido é a minha teimosia. A minha vontade de desobedecer as leis da natureza, a lógica e a razão. Meu jeito de acreditar que o mundo não tem fim. De ligar mil vezes sabendo que não vou ser atendida. De empurrar aquele bidê que não sai do lugar. De não estudar para a prova mais importante do semestre.
Minha mania de acreditar em contos de fada e de apostar em que algum caminho torto me leva pra você.
Mas isso realmente não faz o menor sentido.
Um comentário:
E nem precisa fazer sentido, né? precisa?
Se vc vai se sentir assim como tá descrevendo, já não valeu a ventura?
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