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Acabou se tornando um ritual o fato de eu não dormir. A não ser pela manhã, quando eu me deitava por duas ou três horas e ia trabalhar.
Um dia, no caminho do trabalho, fiquei parada no trânsito por uma hora. O trânsito de São Paulo me enlouquecia e o que me restava era observar pessoas pra passar o tempo. Pessoas sempre cheias de raiva, pressa, tédio, sono, cansaço... Tudo igual! Foi quando alguém no rádio pediu sorrisos. A ordem era olhar pro carro ao lado e sorrir. Sorriso é confissão, mas de tão cansada que estava, sorri.
Acabou se tornando um ritual o fato de eu não dormir. A não ser pela manhã, quando eu me deitava por duas ou três horas e ia trabalhar.
Um dia, no caminho do trabalho, fiquei parada no trânsito por uma hora. O trânsito de São Paulo me enlouquecia e o que me restava era observar pessoas pra passar o tempo. Pessoas sempre cheias de raiva, pressa, tédio, sono, cansaço... Tudo igual! Foi quando alguém no rádio pediu sorrisos. A ordem era olhar pro carro ao lado e sorrir. Sorriso é confissão, mas de tão cansada que estava, sorri.
No fim do dia, cheguei em casa, apaguei as luzes, olhei fixamente pra vela e adormeci.
No outro dia comecei a me livrar de tudo o que me fazia mal e sorrir pra mais pessoas. Meu medo do escuro ainda estava lá, mas eu o ignorava, dividia com os outros sorrindo, do meu modo, e me concentrava na claridade que vinha da vela. Ela era calorosa. Até parecia um sorriso. E o resto eu resolvia pela manhã.
No outro dia comecei a me livrar de tudo o que me fazia mal e sorrir pra mais pessoas. Meu medo do escuro ainda estava lá, mas eu o ignorava, dividia com os outros sorrindo, do meu modo, e me concentrava na claridade que vinha da vela. Ela era calorosa. Até parecia um sorriso. E o resto eu resolvia pela manhã.