O senhorzinho está sentado na minha frente. Ele tem 66 anos e uma pele quase negra - resultado de muitos anos de exposição ao sol. Enquanto fala, brinca com o menininho que não pára quieto no colo da mãe. Está de camisa branca e boné de campanha. Tem olhos frágeis e gosta de falar da vida.
De repente, divaga:
- Eu tenho uma casa própria, um carrinho, um casal de filhos e aposentadoria. Eu tive muita sorte... Muita sorte!
E aí, senhoras e senhores, eu penso: O que é que eu estou fazendo mesmo?
Um comentário:
Quanta sorte hein...
Mas no final das contas é isso mesmo. A gente se ressente, não consegue ver o bem que está em volta.
E quando a gente vê, pode ser tarde.
Acho que é bem por aí.
Muito bom voltar aqui.
Beijo
Neo
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